Gêneros, gêneros, gêneros!
- Tramatura
- 27 de dez. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de dez. de 2022
Você também faz uma confusão danada quando vai falar sobre gêneros textuais e literários, se uma história é um drama, um suspense, um extraterrestre invasor de outra dimensão?

Não se desespere, isso é comum. O certo é que as pessoas acabam usando a palavra "gênero" para uma infinidade de classificações em todas as áreas do conhecimento humano. Mas aqui estamos falando especificamente de escrita, então vamos tentar organizar um pouco esse balaio e separar dois gêneros que estão mais ligados aos textos em geral e como definir e usar o que é um e o que é o outro:
Gêneros textuais e gêneros literários!
A explicação é até simples, mas à medida que vamos descendo camadas dentro de cada classificação, a bagunça começa: isso é porque estamos lidando com algo que é interpretativo e que é regido por características na escrita que podem, muito bem, estarem ligadas a outro... gênero.
Vamos começar pelo mais geral: os GÊNEROS TEXTUAIS
Os gêneros textuais são as classificações usadas para determinar os textos de acordo com suas características em relação a um contexto. O gênero textual é identificado com base no objetivo, na função e no contexto do texto. São as características do texto que determinam a qual gênero ele pertence. (fonte www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/generos-textuais)
O gênero textual é definido tendo como base a intenção da comunicação e em certas particularidades de sua linguagem, estrutura e conteúdo. Tendo como base essa informação, é certo inferir que os gêneros textuais exercem uma função social dentro da comunicação.
De fato, o processo de comunicação em si é todo construído através dos gêneros textuais. Com base na análise das características do texto, identificamos as especificidades que permitem classificá-los neste ou naquele gênero, analisando suas estruturas e características.
A pegadinha? Como dissemos antes: nada é fixo, restrito a uma só classificação. Um gênero pode sim ser puro, mas pode se esticar em várias direções. Um texto jornalístico por citar um trecho de um poema e uma drama criminal pode muito bem emular uma sentença jurídica. Por que não? O livro mais importante do autor e jornalista americano Truman Capote, A Sangue Frio, é uma narrativa jornalística que flerta com as característica do texto ficcional a ponto de ser considerado literatura!
Nesses casos, vale muito mais a intenção do autor do texto que as características da escrita ou sua estrutura.
Mas quais são os gêneros textuais?
Texto narrativo (romances, contos, fábulas, novelas, crônicas), texto descritivo (diários, relatos de viagens, folhetos turísticos, cardápios de restaurantes, classificados), texto expositivo (jornais, enciclopédias, resumos escolares, verbetes de dicionário), texto argumentativo (artigos de opinião, abaixo-assinados, manifestos), texto injuntivo (receitas culinárias, manuais de instruções, bulas de remédio), texto prescritivo (leis, cláusulas contratuais, editais de concursos).
Mas e os gêneros literários?
Aqui começam mais complicações. São classificações restritas apenas aos textos literários, levando-se em consideração aspectos comuns nesse tipo de obra, e que vão além dos critérios estruturais, contextuais e semânticos. São exemplos de gêneros literários: gênero lírico, gênero épico ou narrativo, gênero dramático...
Contudo, a maneira como essas classificações são abordadas por diferentes autores e ou catedráticos é muito variada. Há quem classifique os gêneros literários modernos em romance, novela, conto, crônica, poema, canção, drama histórico e teatro de vanguarda. A regra aqui é a velocidade de evolução da cultura, do conhecimento humano. De fato, não existe um regramento oficial sobre as diversas formas de se classificar os gêneros literários e o surgimento de novas tecnologias, novas formas de se contar histórias, ficcionalizar eventos, reestruturar narrativas é que dá o tom daquilo que você pretende classificar.
Dicas de leitura:
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