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Velhos segredos de morte
e pecados sem perdão

de Jefferson Sarmento

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Às vésperas do aniversário da cidade de Arroio dos Perdidos, o homem de confiança das famílias mais poderosas do lugar decide cometer um ato impensável: roubar a cruz de ouro da igreja, símbolo sagrado da reconstrução da cidade. Mas esse gesto desperta forças adormecidas — e antigos pecados começam a cobrar seu preço.

Em Velhos Segredos de Morte e Pecados Sem Perdão, Jefferson Sarmento constrói uma trama densa e hipnótica, onde os fantasmas do passado voltam para assombrar o presente. Famílias poderosas, segredos enterrados, uma cidade cheia de mistérios — e uma mulher, Isabel, determinada a atravessar o silêncio da culpa para descobrir a verdade.

Um romance sobre a herança da violência, as cicatrizes do poder e os limites entre o que pode — ou não — ser perdoado.

VELHOS SEGREDOS DE MORTE
E PECADOS SEM PERDÃO

de Jefferson Sarmento

E se os pecados mortais e os segredos indizíveis de toda uma cidade viessem à tona?

 

Na véspera do aniversário de Arroio dos Perdidos, um homem comete um ato impensado: rouba a cruz de ouro da igreja, símbolo do renascimento da cidade após um sombrio período de medo e desesperança. Desde que o artefato foi doado pelas três famílias mais poderosas da região, a sorte de Arroio parece ter mudado — como se a fé, banhada em ouro, tivesse reacendido a esperança.

Mas o que parecia apenas um gesto de afronta silenciosa logo se revela o estopim de algo muito maior. Segredos antigos começam a vazar pelos alicerces da cidade. Conspirações brotam entre as paredes das casas, como mofo envenenado. E velhos pecados, que nunca foram perdoados, retornam à superfície com fome de justiça e vingança.

Velhos Segredos de Morte e Pecados Sem Perdão, romance de estreia de Jefferson Sarmento, conduz o leitor por uma trama densa e envolvente, onde o real e o sobrenatural se entrelaçam, e onde até o mais belo símbolo de fé pode esconder a raiz da perdição.

FICHA TÉCNICA
_________________________

Páginas: 426

Formato: 16 x 23 cm

Peso: 670g

Acabamento: brochura

Papel: Pólen 80

ISBN: 9786599794513

Selo: Tramatura

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A serra antes do Arroio
O peso do silêncio

O peso do silêncio

Enquanto a noite caía lentamente com a chuva lá fora, molhando as ruas e as árvores ao redor do velho sobrado, a ideia se desdobrava feito um trapo molhado cobrindo meu espírito. Os respingos escorriam pelo vidro, suando o lado de dentro da janela. Quando as partículas se avolumavam sobre uma única gota, a ponto de ela não poder suportar o próprio peso, parecendo uma estrela a meio passo de se tornar um buraco negro, sucumbindo à sombra da própria morte... nesse momento a gota se tornava um bólido de trajetória incerta, escorrendo pelo vidro embaçado da velha janela. Na penumbra do quarto em que eu me escondia sentado numa cadeira de encosto alto, tão velha e forte quanto a cama, mais um corpo respirava. Estava por entre os lençóis e o cobertor. Sua pele macia emergia de alguns pontos e, mesmo sem olhar para ela, podia imaginar cada curva daquele corpo novo, cheio de vida e de esperanças. Nomezinho impertinente... esperança!

O fardo do ouro sagrado

O fardo do ouro sagrado

De frente para a cruz, estendi meus braços e enrodilhei as mãos ao seu redor. Estava encaixada no pedestal de pedra e tive que fazer muita força para arrancá-la de lá. Quando enfim consegui, sua parte superior caiu em minha direção. Se a deixasse escorregar para o chão, faria um barulho desgraçado e chamaria a atenção das beatas, mesmo se já estivessem lá nos fundos do prédio. Deixei que se chocasse contra meu ombro e uma dor lancinante subiu pelo meu pescoço, escapando pela boca num gemido involuntário. Esperei alguns instantes até que a dor diminuísse. Coloquei a cruz sobre a mesa e tirei o sobretudo. Usei duas tiras de couro que trouxera no bolso para enrodilhar a haste horizontal da cruz em seus extremos. Fiz um laço no que sobrou de cada lado das fitas de couro. Levantei a cruz e vesti-a como a uma camisa, passando os braços pelos laços do couro. Ajeite-a nas minhas costas, sentindo seu peso forçar as fitas na minha carne sem nenhuma misericórdia. Mas o que esperava eu? Ajuda de algum anjo para carregar e diminuir o peso do meu roubo?

A janela dos mortos

A Janela dos Mortos

O mausoléu dos Rosa-Mourão era uma capela com arquitetura rústica, barroca em sua essência, cheia de anjos de mármore com mãozinhas unidas e olhos encarando o céu ameaçador como se suplicassem perdão ao Senhor. A entrada ficava depois de três degraus de granito alaranjado e, de cada lado da construção em forma de uma mini-igreja, enormes anjos com espadas flanqueavam e guardavam o acesso. Tentei a maçaneta e a descobri obviamente trancada. Sem importância. Dei a volta no mausoléu, sempre seguido por uma curiosa e incrédula Isabel. A parte de trás era um vitral enorme, como os que se vê em igrejas, com temas religiosos. O dos Rosa Mourão trazia uma Virgem Maria estilizada, segurando o Menino Jesus. Fachos de luz, aqui representados por cores diferentes em raios perfeitamente sincronizados, saíam-lhes pelas costas. Bonito tema. Devia dar trabalho montar uma coisa daquelas. Peguei um pedaço de pedra decorativa jogada num canto e arremessei contra a vidraça. Isabel gritou. A pedra estilhaçou o vidro, revelando o interior limpo do mausoléu.

O inferno no Arroio

O inferno no Arroio

A igreja estava em chamas, ardia violentamente. Voltei para a rua principal, o mesmo caminho que fizera ao roubar a cruz. Descrever a cena é um milhão de vezes mais complicado que descrever o que vi com o delegado quando entramos pelo pórtico da cidade naquela tarde. A igreja se consumia no incêndio. O fogo contaminava já os pequenos prédios ao lado. As pessoas corriam. Algumas gritavam e brigavam. Tive a nítida impressão de que aquilo devia ser uma pintura renascentista que arremedava o inferno cristão. Faltavam os diabinhos espetando as almas com tridentes negros. Uma mulher corria nua pelo meio da rua, em nossa direção. Eu a reconheci como sendo a velha que cuidava do caixa da farmácia, a mãe do agora falecido vereador Ronan. Havia um homem batendo a cabeça num poste à nossa direita, trinta metros abaixo. A testa sangrava e ele se martelava no concreto seguidamente. A fumaça enchia todo canto. As labaredas lá adiante eram quase hipnóticas.

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